segunda-feira, 6 de agosto de 2012



No início da colonização no Brasil, em 1530, a produção do açúcar 
surgiu como grande primeiro forma de empreendedorismo de exploração. 
Com a dominação dos portugueses, o processo de plantio e o processar 
da cana, já realizado nas ilhas atlânticas. Com a boa condição climatica 
nas regiões litorâneas favoreceu o surgimento de grandes unidades produtoras
no território. 

A mão de obra negreira foi utilizada para cultivo e colheita da cana para fabricação 
da cachaça, por ser barata e gerava lucro a Coroa por conta dos impostos 
sobre o tráfico negreiro. Essa mão de obra era vista pelos colonizadores como de 
fácil adaptação ao trabalho compulsório. 


No processo de fabricação do açúcar, os escravos realizavam a colheita da cana e, 
após ser feito o esmagamento dos caules, cozinhavam o caldo em enormes tachos até
se transformarem em melado. Nesse processo de cozimento, 
era fabricado um caldo mais grosso, chamado de cagaça, que 
era comumente servido junto com as sobras da cana para os animais.



Tal custme fazia com que a cagaça fermentasse com a ação do tempo e do 
clima, produzindo um liquido fermentado de alto teor alcoólico.
Desse modo, podemos muito bem acreditar que foram os animais de carga e
pasto a experimentarem primeiro da nossa cachaça. Certo dia, muito provavelmente, 
um escravo fez a descoberta experimentando daquele líquido que se acumulava no coxo dos animais.



Outra hipótese conta que, certa vez, os escravos misturaram um melaço velho 
e fermentado com um melaço fabricado no dia seguinte. Nessa mistura, acabaram 
fazendo com que o álcool presente no melaço velho evaporasse e formasse gotículas no 
teto do engenho. Na medida em que o liquido pingava em suas cabeças e iam até a direção
da boca, os escravos experimentavam a bebida que teria o nome de “pinga”.



Nessa mesma situação, a cachaça que pingava do teto atingia em cheio os ferimentos que os escravos tinham nas costas, por conta 
das punições físicas que sofriam. O ardor causado pelo contato dos ferimentos com a cachaça 
teria dado o nome de “aguardente” para esse mesmo derivado da cana de açúcar. 
Essa seria a explicação para o descobrimento dessa bebida tipicamente brasileira.


Inicialmente, a pinga aparecia descrita em alguns relatos do século XVI como uma
espécie de “vinho de cana” somente consumida pelos escravos e nativos. Entretanto, 
na medida em que a popularização da bebida se dava, os colonizadores começaram a
substituir as caras bebidas importadas da Europa pelo consumo da popular e acessível cachaça. 
Atualmente, essa bebida destilada é exportada para vários lugares do mundo.


Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Brasil Escola