sábado, 9 de março de 2013

Cachaça, caninha, pinga, cana e aguardente de cana







Cachaça, caninha, pinga, cana e aguardente de cana


Para que o produto receba a denominação de cachaça, deve obedecer os parâmetros estabelecidos pelo Decreto n° 2314, de 4 de setembro de 1997, que regulamenta a padronização e classificação de bebidas.
Sendo a cachaça, caninha, cana ou aguardente de cana toda bebida que utilize a cana-de-açúcar como matéria-prima e com sua graduação alcoólica entre 38% e 54% em volume, a 20° C, podendo ainda ser acrescida de açúcar em até seis gramas por litro, sendo que quando a adição de açúcar for superior a seis e inferior a 30 gramas por litro deve receber a denominação de cachaça adoçada, caninha adoçada ou aguardente de cana adoçada.
 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Elite da Cachaça


Valorizar a cachaça não é elitizar a cachaça



Falar em valorizar a Cachaça é falar em Elite da mesma? Está posta aí uma questão delicada para um produto que fez a fama baseado justamente em seu caráter popular e ligado aos costumes da terra. Tirá-la desse universo de “batismo” seria “desvirtuá-la” ou negar sua “verdadeira essência”. Se falar em “valorização da cachaça ” é falar na bebida vendida apenas para ricos, em sofisticadas boutiques, etc., “prefiro continuar com a minha branquinha do jeito que está”. São dizeres como esse que surgem frequentemente quando o assunto é a valorização da bebida nacional.

E eu não ousaria dizer que quem pensa assim está errado. Muita coisa que veio do “popular” para o território da “elite” passou a ter um status exacerbado, com preços altíssimos mas, por isso mesmo, com menos valor do que o produto dito “verdadeiramente da terra”. No entanto, não posso deixar de constatar que esse mesmo pensamento pode estar sendo, sim, uma trava para a valorização de nossa bebida.
Até hoje não se serve Cachaça em formaturas, casamentos, ou nas baladas dos jovens de classe AB. A tradição é levar para as festas uma garrafa de whisky, não de Cachaça “Premium”. Não se encontram caipirinhas verdadeiras nos bares e restaurantes, e, nos supermercados, ela ainda está nas últimas prateleiras, empoeiradas e escondidas – e é mais fácil encontrar um bom vinho de Bordeaux do que uma Cachaça produzida em sua própria região. É a tudo isso que me refiro quando digo que ela não é “valorizada” ou “respeitada” na nossa sociedade hoje. O que mais surpreende é que ela tem todas (ou quem sabe, até mais, em certos aspectos) as condições para o ser.

É preciso sim trazer a Cachaça para este público. Isso não quer dizer que vamos “a elite da mesma”. Por acaso quem toma “caipirinha” de vodka ou de saquê hoje são pessoas da multimilionária elite brasileira? Não exatamente, certo? São essas pessoas que tem condição de adquirir uma bebida de qualidade, e que favorece o pequeno produtor que conserva até hoje o espírito da Cachaça bem feita, ou até de grandes grupos capazes de trazer este tipo de trabalho para um público mais amplo. São essas pessoas (tanto consumidores quanto produtores) que podem ajudar a garantir o real valor que a Cachaça merece no Brasil e no mundo.

É verdade que uma elevada de alguns preços deve ser feita sim. Acho irresponsabilidade, se não somente do governo, mas também dos próprios varejistas, disponibilizar tais produtos a tais preços. Mas ainda é possível ter Cachaças custando menos que a vodka ou o whisky, e, claro, ter também aquelas que custem mais caro que estas outras bebidas. Esse não é o ponto: há, e deve continuar havendo, Cachaça para todos os bolsos e paladares. No entanto, há uma série de outras riquezas escondidas na Cachaça que não são traduzidas apenas em reais. Afinal, “valor” não é assunto que significa simplesmente “dinheiro”. A Cachaça que o diga, não é mesmo.


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Produção da Cachaça





Produção da Cachaça


1- A Cana

É a matéria prima para a fabricação da cachaça. São cinco as espécies mais utilizadas por várias razões incluindo-se aí o teor de açúcar e a facilidade de fermentação do caldo. Várias universidades e algumas instituições do estado têm investido constantemente na pesquisa da cana de açúcar, tendo obtido resultados positivos em mais de dez variedades, com períodos de maturação diferentes, que permitem estender o tempo da safra. A cana usada na produção do destilado artesanal é colhida manualmente e não é queimada, prática que precipita sua deterioração.

2- Moagem

Depois de cortada, a cana madura, fresca e limpa deve ser moída num prazo máximo de 36 horas. As moendas separam o caldo do bagaço, que será usado para aquecer as fornalhas do alambique. O caldo da cana é decantado e filtrado para, em seguida, ser preparado com a adição de nutrientes e levado às dornas de fermentação. Algumas moendas são movidas por motor elétrico, outras por rodas d'água, e têm a função de espremerem a cana, para dela extraírem o suco.

3- Fermentação

Como cada tipo de cana apresenta teor de açúcar variado, é preciso padronizar o caldo para depois adicionar substâncias nutritivas que mantenham a vida do fermento. Como a cachaça artesanal não permite o uso de aditivos químicos, a água potável, o fubá de milho e o farelo de arroz são os ingredientes que se associam ao caldo da cana para transformá-lo em vinho com graduação alcoólica, através da ação das leveduras (agentes fermentadores naturais que estão no ar). A sala de fermentação precisa ser arejada e manter a temperatura ambiente em 25°. As dornas onde a mistura fica por cerca de 24 horas, podem ser de madeira, aço inox, plástico ou cimento.

4- Destilação


Produção da Cachaça

O vinho de cana produzido pela levedura durante a fermentação é rico em componentes nocivos à saúde, como aldeídos, ácidos, bagaços e bactérias, mas possui baixa concentração alcoólica. Como a concentração fixada por lei é de 38 a 54 GL, é preciso destilar o vinho para elevar o teor de álcool. O processo é fazer ferver o vinho dentro de um alambique de cobre, produzindo vapores que são condensados por resfriamento e apresentam assim grande quantidade de álcool etílico. Os primeiros 10% de líquido que saem da bica do alambique (cabeça) e os últimos 10% (cauda) devem ser separados, eliminados ou reciclados, por causa das toxinas.

5- Envelhecimento


Produção da Cachaça


Constituindo-se no processo que aprimora a qualidade de sabor e aroma das bebidas, o envelhecimento é a etapa final da elaboração da cachaça artesanal. A estocagem é feita, preferencialmente, em barris de madeira, onde ainda acontecem reações químicas. Existem madeiras neutras, como o jequitibá e o amendoim, que não alteram a cor da cachaça.
As que conferem ao destilado um tom amarelado e mudam seu aroma são o carvalho, a umburana, o cedro e o bálsamo entre outras. Cada uma dá um toque especial, deixando a cachaça mais ou menos suave, adocicada e/ou perfumada, dependendo do tempo de envelhecimento.
Fonte: www.alambiquedacachaca.com.br

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A origem da cachaça




No começo da colonização do Brasil, a partir de 1530, a produção açucareira apareceu como primeiro grande empreendimento de exploração. Afinal, os portugueses já dominavam o processo de plantio e processamento da cana – já realizado nas ilhas atlânticas – e ainda contavam com as condições climáticas que favoreciam a instalação de grandes unidades produtoras pelas regiões litorâneas no território.
Para que todo esse trabalho fosse realizado, os portugueses acabaram optando pelo uso da mão de obra escrava dos africanos. Entre outras razões, os colonizadores notavam que os escravos africanos eram adaptados ao trabalho compulsório, apresentavam maiores dificuldades para empreender fugas e geravam lucro à Coroa por conta dos impostos cobrados sobre o tráfico negreiro.
No processo de fabricação do açúcar, os escravos realizavam a colheita da cana e, após ser feito o esmagamento dos caules, cozinhavam o caldo em enormes tachos até se transformarem em melado. Nesse processo de cozimento, era fabricado um caldo mais grosso, chamado de cagaça, que era comumente servido junto com as sobras da cana para os animais.
Tal hábito fazia com que a cagaça fermentasse com a ação do tempo e do clima, produzindo um liquido fermentado de alto teor alcoólico. Desse modo, podemos muito bem acreditar que foram os animais de carga e pasto a experimentarem primeiro da nossa cachaça. Certo dia, muito provavelmente, um escravo fez a descoberta experimentando daquele líquido que se acumulava no coxo dos animais.
Outra hipótese conta que, certa vez, os escravos misturaram um melaço velho e fermentado com um melaço fabricado no dia seguinte. Nessa mistura, acabaram fazendo com que o álcool presente no melaço velho evaporasse e formasse gotículas no teto do engenho. Na medida em que o liquido pingava em suas cabeças e iam até a direção da boca, os escravos experimentavam a bebida que teria o nome de “pinga”.
Nessa mesma situação, a cachaça que pingava do teto atingia em cheio os ferimentos que os escravos tinham nas costas, por conta das punições físicas que sofriam. O ardor causado pelo contato dos ferimentos com a cachaça teria dado o nome de “aguardente” para esse mesmo derivado da cana de açúcar. Essa seria a explicação para o descobrimento dessa bebida tipicamente brasileira.
Inicialmente, a pinga aparecia descrita em alguns relatos do século XVI como uma espécie de “vinho de cana” somente consumida pelos escravos e nativos. Entretanto, na medida em que a popularização da bebida se dava, os colonizadores começaram a substituir as caras bebidas importadas da Europa pelo consumo da popular e acessível cachaça. Atualmente, essa bebida destilada é exportada para vários lugares do mundo.

Fonte: 
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Brasil Escola

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

História da Cachaça





Cachaça, pinga, cana ou canha é o nome dado à aguardente de cana, uma bebida alcoólica tipicamente brasileira. Seu nome pode ter sido originado da velha língua ibérica – cachaza – significando vinho de borra, um vinho inferior bebido em Portugal e Espanha, ou ainda, de "cachaço", o porco, e seu feminino "cachaça", a porca. Isso porque a carne dos porcos selvagens, encontrados nas matas do Nordeste – os chamados caititus – era muito dura e a cachaça era usada para amolecê-la..
Na produção colonial de açúcar, cachaça era o nome dado à primeira espuma que subia à superfície do caldo de cana que estava sendo fervido. Ela era fornecida aos animais ou descartada. A segunda espuma era consumida pelos escravos, principalmente depois que fermentasse e também passou a ser chamada cachaça. Posteriormente, com a destilação da espuma e do melaço fermentados e a produção de aguardente de baixa qualidade, esta passou a ser também denominada de cachaça e era fornecida a escravos ou adquirida por pessoas de baixa renda..
É usada como coquetel, na mundialmente conhecida "caipirinha".
É obtida com a destilação do caldo de cana de cana-de-açúcar fermentado. A fermentação do melaço, também utilizada, também dá origem ao rum.
A cana-de-açúcar, elemento básico para a obtenção, através da fermentação, de vários tipos de álcool, entre eles o etílico. É uma planta pertencente à família das gramíneas (Saccharum officinarum) originária da Ásia, onde teve registrado seu cultivo desde os tempos mais remotos da história.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012



No início da colonização no Brasil, em 1530, a produção do açúcar 
surgiu como grande primeiro forma de empreendedorismo de exploração. 
Com a dominação dos portugueses, o processo de plantio e o processar 
da cana, já realizado nas ilhas atlânticas. Com a boa condição climatica 
nas regiões litorâneas favoreceu o surgimento de grandes unidades produtoras
no território. 

A mão de obra negreira foi utilizada para cultivo e colheita da cana para fabricação 
da cachaça, por ser barata e gerava lucro a Coroa por conta dos impostos 
sobre o tráfico negreiro. Essa mão de obra era vista pelos colonizadores como de 
fácil adaptação ao trabalho compulsório. 


No processo de fabricação do açúcar, os escravos realizavam a colheita da cana e, 
após ser feito o esmagamento dos caules, cozinhavam o caldo em enormes tachos até
se transformarem em melado. Nesse processo de cozimento, 
era fabricado um caldo mais grosso, chamado de cagaça, que 
era comumente servido junto com as sobras da cana para os animais.



Tal custme fazia com que a cagaça fermentasse com a ação do tempo e do 
clima, produzindo um liquido fermentado de alto teor alcoólico.
Desse modo, podemos muito bem acreditar que foram os animais de carga e
pasto a experimentarem primeiro da nossa cachaça. Certo dia, muito provavelmente, 
um escravo fez a descoberta experimentando daquele líquido que se acumulava no coxo dos animais.



Outra hipótese conta que, certa vez, os escravos misturaram um melaço velho 
e fermentado com um melaço fabricado no dia seguinte. Nessa mistura, acabaram 
fazendo com que o álcool presente no melaço velho evaporasse e formasse gotículas no 
teto do engenho. Na medida em que o liquido pingava em suas cabeças e iam até a direção
da boca, os escravos experimentavam a bebida que teria o nome de “pinga”.



Nessa mesma situação, a cachaça que pingava do teto atingia em cheio os ferimentos que os escravos tinham nas costas, por conta 
das punições físicas que sofriam. O ardor causado pelo contato dos ferimentos com a cachaça 
teria dado o nome de “aguardente” para esse mesmo derivado da cana de açúcar. 
Essa seria a explicação para o descobrimento dessa bebida tipicamente brasileira.


Inicialmente, a pinga aparecia descrita em alguns relatos do século XVI como uma
espécie de “vinho de cana” somente consumida pelos escravos e nativos. Entretanto, 
na medida em que a popularização da bebida se dava, os colonizadores começaram a
substituir as caras bebidas importadas da Europa pelo consumo da popular e acessível cachaça. 
Atualmente, essa bebida destilada é exportada para vários lugares do mundo.


Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Brasil Escola
             


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Minas possui 151 produtores de cachaça certificados

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) concluiu a certificação de 151 produtores de cachaça de alambique em 2010. Até o fim de 2008, apenas 10 produtores tinham o selo e 54 estavam em processo de certificação. Em 2009, já chegavam a 107 produtores.

O programa de certificação de produtos agropecuários e agroindustriais do IMA é voltado para produtores de cachaça produzida artesanalmente, com fermento natural e destilada em alambique de cobre. A certificação é de adesão voluntária e o interessado em participar deve procurar um dos escritórios do instituto para receber as orientações necessárias.

No momento de requerer a certificação, o produtor pode optar por três sistemas produtivos da cana: o sistema orgânico, o sem agrotóxicos e o sistema tradicional. No primeiro, a cana deve ser cultivada sem agrotóxico e adubo químico. No segundo, não pode haver aplicação de agrotóxicos e o uso do adubo químico é permitido. E no tradicional é permitido o uso de agrotóxicos e adubos químicos indicados para a cultura, dentro dos parâmetros agronômicos prescritos.

SISTEMA ORGÂNICO

Das 151 cachaçarias certificadas, 18 optaram pelo sistema orgânico, duas pelo sistema sem agrotóxico e as demais pelo sistema convencional.

O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, explica a importância de ter um produto certificado.

- O programa de certificação de cachaça facilita a entrada da bebida em novos mercados, aumenta a competitividade dos produtores, garante sua qualidade e propicia boas opções aos consumidores - afirma.

As cachaçarias são certificadas segundo o processo de produção e fabricação usado, atendendo para os procedimentos de boas práticas de produção, adequação social e responsabilidade ambiental. As cachaçarias passam a ter o direito de uso do certificado, da marca de conformidade e dos selos de certificação oficiais do Estado de Minas Gerais, que são adesivados nas garrafas.

ACREDITAÇÃO

Em 2009, o IMA alcançou a condição de Organismo Certificador de Produto (OCP), com chancela do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). A conquista representa o reconhecimento da competência técnica da instituição para certificar cachaças industriais e artesanais.

Esta acreditação possibilitou que o IMA certificasse, em 2010, nove marcas de cachaça, com 100% de avaliação de conformidade.